por Henrique Lederman
Aquele sujeito robusto, meio desengonçado, chegou do Vitória e atrapalhou contra-ataques, deu tiros para longe do gol, tropeçou – talvez um dia – na própria bola.
Mas de nada disso me lembro.
Nada disso me importa.
Obina fez gol contra o Vasco na final da Copa do Brasil. Um golaço.
Fez gol contra o Paraná que salvou o time definitivamente da degola. Outro golaço.
Estendeu sua bochecha quando o Beijoqueiro, figura histórica carioca, invadiu o campo e foi contido por policiais, privado de todos as bochechas, menos da sua.
Obina foi a figura que ancoarava o Flamengo em si mesmo, mesmo nas piores fases. Seus gols eram reencontros com a alma e a vida rubro-negra, que ardia, mesmo na pior temporada. Seus gols vinham sempre para nos lembrar, nas agruras, da alegria de ser rubro negro.
E que conte comigo mengão.
Obina fez tudo isso com um sorrisão aberto no rosto, a alma e a cara de um Flamengo que não deve se esquecer de si jamais.
Obrigado Obina, pela história que você construiu.
E que grita a plenos pulmões de alegria quando volto a ela.
Que grita:
“OOOOOOOOOOO Obina é melhor que Eto’o OOOOOOOOOOOOO”
Obina é melhor que Eto’o
Obina é melhor que Eto’o OOOOOOOOOOOOO”
Escutem, a festa do Flamengo vibrando.
Quando nada mais importa.
Quando a temporada ruim se apaga.
Obrigado Obina, por ser a síntese de que o amor se encontra na coisa amada.
Que títulos, milhões e medalhões, muitas vezes não fazem a alma.
Pra mim você marcou a história.
História que não conhece o Eto’o.
Gol contra o Paraná: https://www.youtube.com/watch?v=GIskFMgexAs
Gol contra o Vasco: https://www.youtube.com/watch?v=7DRzF01gx0Y