Não existe novo Pelé. Não existe novo Zidane. Não existe nada.
Não é nenhuma novidade ligar a televisão para assistir qualquer programa esportivo e ouvir comparações entre jogadores. Nós também já fizemos isso. Fizemos muito mais do que deveríamos. Afinal, em um esporte tão cheio de alternativas, dificilmente alguém teria as características igual a de outro alguém na sua totalidade.
Também não é nada novo o fato de que tudo tem limite, até essas comparações esdrúxulas. Mesmo sabendo disso, somos obrigados a ouvir algum desses animadores de festa travestidos de comentaristas e jornalistas esportivos se referindo a qualquer jogador que aparece como “o novo fulano”, ou “o novo cicrano”. Por favor, parem. Isso não existe. E nunca existirá.
Cada jogador tem sua historia. Cada época tem as suas particularidades. Cada um tem seu potencial. Ou não tem, o que é muito mais comum nos dias de hoje.
Dói mais ainda o ouvido (e o coração) quando cometem o crime de comparar esses jogadores novatos com alguns monstros sagrados. Conforme está escrito no começo do texto, comparação é um erro.
MAS CHAMAR QUALQUER UM DE NOVO PELÉ, NOVO MARADONA, OU QUEM QUER QUE SEJA, É UM ASSASSINATO TRIPLAMENTE QUALIFICADO.
Não existe Novo Pelé. Não existe Novo Zidane. Não existe novo Platini. Não existe novo Maradona. Não existirá novo Messi. Não existe nada. Não existe ninguém novo. E nós nem queremos que exista. Queremos que o futebol renasça sim, mas com suas próprias pernas. Não comparem esse bando de integrante de boy band com tantos Deuses que já desfilaram em nossos gramados
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Existe gente boa hoje. Existe em uma proporção muito menor, é bem verdade. Mas não é o suficiente para salvar o buraco que estamos. Os motivos? Temos vários.
Hoje ninguém precisa se esforçar pra ser chamado de jóia, craque, monstro, ou qualquer um desses termos que fazem nossa orelha sangrar. Basta um gol, um passe de 40 centímetros, que o cidadão já merece uma vaga na seleção, os europeus estão de olho, e toda aquela patifaria. Então, fica aqui nosso apelo, parem enquanto é tempo.
Hoje ninguém quer saber de nada. Muito menos de comparação.
Nem eu. Nem você. Nenhum de nós.
por Mateus Ribeiro