Pré-temporada, adaptação, readaptação, condicionamento, regeneração são algumas das frescuras que acabaram se tornando jargões do odiável futebol moderno. Tamanha miséria se explica pelo “profissionalismo” e desenvolvimento técnico do esporte, que acabaram tornando a modalidade um processo darwiniano de predomínio do mais forte.
Mas futebol, meus amigos, não é laboratório. É palco de ginga, sacanagem, malícia da boa, drible, piada, sarro, pedalada e coisas do tipo. Dane-se o calendário – o que vale é bola na rede.
E assim foi em 10 de maio de 1998. O craque Raí, campeão mundial e bicampeão da Libertadores com o São Paulo, passou cinco anos no futebol francês, trajando as cores do Paris Saint-Germain (quando o clube ainda não era um novo-rico). Naquele dia das mães, ele seria o presente para a torcida tricolor.
Repatriado pelo clube do Morumbi, desembarcara dias antes em Guarulhos para DISPUTAR A FINAL DO CAMPEONATO PAULISTA no segundo jogo contra o Corinthians. Na ida, havia dado Timão: 2 x 1.
Não teve “readaptação” ao futebol brasileiro. Não teve “esperar o nome sair no BID”. Não teve frescura. Ele desceu do avião na quarta, foi para o campo do domingo, e abriu o placar do Majestoso ao completar de cabeça um cruzamento vindo da direita. Depois, França anotou mais dois gols (um deles em tabelinha com Raí – porque assistência é coisa de BASQUETE), enquanto Didi fez o do alvinegro. Com os 3 x 1, o São Paulo foi campeão paulista de 1998.
Foi um dos maiores exemplos de que bola na rede é algo mágico. A ciência não deveria nem chegar perto.
#RIPFutebol
#RIPDirigíveldaGlobo
#RIPArquibancadaDividida
por Rodolfo “Lex Luthor” Araújo
Na verdade o Raí já estava inscrito no começo do campeonato, e programado pra essa hipotética final. Quanto ao PSG, era um “semi-novo rico”, porque vivia de parceria também (com o Canal+ francês). No mais, ótimo texto.
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Bons complementos, Caio. Obrigado!
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