Ele é representante máximo da cartolagem que mistura pessoa física com jurídica, amor pelo clube com amor próprio.
Tudo multiplicado por confusão — e mais confusão.
Seu sobrenome é Miranda, mas bem que podia ser Polêmica.
Um dinossauro que cheira a charuto, e transita devagar entre manchetes e cronistas arautos da modernização do futebol.
Ama o Vasco para além da frieza dos números.
Desafia a contabilidade que a modernidade traz, com retas rumando ao vermelho e recomendações de alta no preço dos ingressos.
Eurico é filho de pais portugueses que cruzaram o Atlântico fugindo do ditador Salazar — e que, ao errar a rota de Vasco da Gama, aportaram no Brasil, trazendo um desgovernante.
Um homem de frestas e brechas, de camaradagens promíscuas que asseguram a quem quer que seja: o Vasco é grande nos bastidores.
Mas o mundo não é o mundo de Eurico. E o futebol cada vez menos o é.
Por isso essa poesia vai pra você, Eurico. Poesia essa que segue sem nenhum rigor uma tradição que remonta à nossa ancestralidade lusa e… lusíada:
Suas bravatas
cada vez mais solitárias
ecoam no mundo dos coirmãos.
Adversários
cada vez mais empresas
contam a bilheteria da eliminação.
Não sabemos até onde o Vasco
cada vez mais
atrasado.
Até onde Eurico será perdoado?
Mas os times são feitos de gente
antes da profissionalização
No começo eram 11 com uma camiseta
Amadores.
O que importava era o amor às cores.
#RIPfutebol
por Henrique “Kike de Quintino” Lederman